A exposição reúne dois universos distintos que se encontram na delicadeza do gesto e na procura de diálogo com o invisível. Na fotografia de Joana Azevedo, a natureza deixa de ser cenário para se tornar corpo e memória, revelando-se como território partilhado onde pele, textura e emoção se fundem numa mesma metamorfose. Já no trabalho de Giuliane Sampaio, o gesto-escrita ganha espaço como linguagem suspensa, em que a fragilidade do traço e a transparência do tule abrem caminho a novas perceções do visível e do não dito.

Apesar de partirem de meios artísticos diferentes, ambas as artistas exploram a capacidade da arte de tornar visível o que permanece discreto: seja a presença silenciosa da natureza ou a essência intangível da linguagem. Esta exposição convida o espectador a atravessar esses territórios complementares, onde a fotografia e o traço caligráfico se encontram como expressões de uma mesma sensibilidade — feita de pertença, de metamorfose e da abertura a novas formas de interpretar o mundo.